sábado, janeiro 25, 2014

FUNCHAL em Santa Cruz de Tenerife


Fiz esta fotografia do FUNCHAL em Maio de 1984 durante um cruzeiro à Madeira e Canárias, com partida de Lisboa e escalas no Funchal, Tenerife, Las Palmas e Lanzarote. Tratou-se de um cruzeiro organizado e operado em regime de afretamento pela Agência Abreu, já na fase final da CTM - Companhia Portuguesa de Transportes Marítimos (1974-1985). Antes de sair de Lisboa o FUNCHAL recebeu uma pintura geral efectuada pelo pessoal oficinal da CTM com o navio atracado dentro da Doca de Alcântara. A chaminé com as cores da CTM, tão ao estilo da década de 1970, não proporcionava exactamente a imagem mais elegante ao navio, mas marcou uma época em que o FUNCHAL foi o último navio de passageiros português em actividade, registado em Lisboa (registo convencional português). Os tempos eram outros, o FUNCHAL tinha ainda tripulação exclusivamente portuguesa e era propriedade de uma empresa estatal, a CTM, que havia sido nacionalizada em 1975. Os tempos e as cores eram outras, mas o navio apresentava a elegância de sempre. Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

sexta-feira, janeiro 24, 2014

FUNCHAL no Funchal a 28 de Julho de 1963


Esta fotografia do FUNCHAL, atracado ao molhe da Pontinha, no Funchal, tem mais de 50 anos: foi tirada por Uli Wessmann, um amigo meu sul africano que fez escala no porto do Funchal a 28 de Julho de 1963, a bordo do paquete PRETORIA CASTLE, em viagem de Inglaterra para o Cabo. Fez a fotografia de bordo da lancha que o transportou de bordo do paquete inglês, que estava fundeado, para uma curta visita a terra. Na foto pode ver-se ainda, pela popa do FUNCHAL, o paquete italiano FRANCA C, em viagem de cruzeiro à Madeira.
O FUNCHAL era então um navio novo, cheio de vida e muito irrequieto, isto é, rápido, como conta o jornalista Maurício de Oliveira, numa crónica publicada em 1964 após viajar no paquete mágico da Insulana de Lisboa à Madeira e Tenerife num cruzeiro de fim de semana prolongado: "Vinte e cinco horas exactas de navegação desde a barra do Tejo e estávamos a dobrar a ponta do Garajau, saudados pelas gaivotas da Madeira em revoadas de brancos e serenos pairadores. O FUNCHAL entrou na baía com o à-vontade de quem entra numa casa que lhe é familiar e atracou em manobra rápida e perfeita."
Um pormenor característico desta primeira fase da história do FUNCHAL pode ser associado ao fumo espesso a sair da chaminé, típico de um navio movido por turbinas a vapor...  Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Para quem goste de fotografia...


Para quem goste de fotografia, uma viagem a bordo do Paquete FUNCHAL é uma fonte inesgotável de temas, desde as imagens mais convencionais, aos pormenores, caso desta fotografia do costado do navio, com os rebites desenhados na chapa e o preto e branco a ganhar tons de ouro. Imagem registada em Safi a 3 de Janeiro de 2014. Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Nome: FUNCHAL...


FUNCHAL: um nome com grande tradição na marinha mercante portuguesa, sinónimo de sorte e longevidade associada aos navios que assim se chamaram. 
Primeiro, de 1884 a 1927, o vapor FUNCHAL, que além da carreira das Ilhas chegou a fazer viagens a Nova Iorque, serviço que a Insulana abandonou em 1910 devido à forte concorrência das grandes companhias estrangeiras, nomeadamente a White Star Line.
Actualmente, o FUNCHAL de 1961, que era a coqueluche da frota nacional na década de sessenta e hoje continua a testemunhar as mais belas tradições da navegação de passageiros portuguesa, recentemente renovado e modernizado.
Fotografia do sino do Paquete FUNCHAL actual, numa imagem de pormenor registada a bordo, durante a última escala em Safi.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Paquete FUNCHAL: um Fim de Ano inesquecivel


O recém-renascido Paquete FUNCHAL largou de Lisboa cheio de passageiros ao fim do dia, a 29 de Dezembro de 2013, num cruzeiro magnífico de Fim de Ano à Madeira e Marrocos. 
Foi o retomar de uma tradição antiga: até meados da década de 1970, os paquetes portugueses marcaram presença festiva nas comemorações da noite de Fim de Ano na baía do Funchal, e o paquete FUNCHAL era então o mais assíduo, com 11 cruzeiros de Dezembro de 1961 a Janeiro de 1975. Depois a actividade do navio centrou-se mais nos cruzeiros internacionais e não se voltou a posicionar o FUNCHAL na Madeira no final de Dezembro. 
O Paquete FUNCHAL correu mundo, os anos foram passando e o fim pareceu desenhar-se em 2012 com o navio imobilizado em Lisboa desde 2010. Mas a sorte que sempre tem acompanhado o nosso belo FUNCHAL voltou a manifestar a sua determinação e o paquete foi adquirido pela nova empresa PORTUSCALE CRUISES, de Lisboa, em Janeiro de 2013, reconstruido e posto de novo a navegar no final de Agosto, com um programa variado de cruzeiros inaugurais no Norte da Europa, Mediterrâneo, Açores e Madeira, terminando esta série de cruzeiros com o regresso do navio à ilha que na década de 1950 motivou a sua construção: a Madeira. 
O embarque a 29 de Dezembro foi marcado pela alegria do regresso a um navio em que tenho viajado desde 1963. Com as numerosas alterações efectuadas nos últimos anos, com destaque para a reconstrução terminada em Agosto, o FUNCHAL conseguiu o milagre de se manter jovem e actualizado. Para além da actualização técnica por forma a ultrapassar as limitações e o desgaste de cinco décadas a navegar e das novas premissas legais, os espaços públicos – salões, camarotes e tombadilhos exteriores – foram totalmente renovados, tendo-se conseguido manter o aspecto e espírito tão especiais do FUNCHAL. O dia 30 de Dezembro, passado a navegar a 15 nós, com alguma ondulação lateral que foi diminuindo de intensidade sempre, permitiu matar saudades e voltar a sentir o FUNCHAL no seu elemento natural: em navegação com passageiros e uma tripulação competente e dedicada. A uma travessia muito agradável, seguiu-se a entrada deslumbrante na baía do Funchal, ao amanhecer de 31 de Dezembro, em procissão com mais três navios de cruzeiros, o AURORA, o BALMORAL e o MARCO POLO, nenhum tão bonito quanto o FUNCHAL. 
Não há forma mais natural de chegar a uma ilha do que por mar e vista dos "decks" do FUNCHAL, a Madeira deslumbra todos. A última manhã do ano de 2013 não podia ter começado melhor na baía do Funchal: um céu azul primaveril, mar quase estanhado, a cidade e as serras iluminadas pelo sol atlântico, tudo a brilhar de alegria e encanto. O nosso FUNCHAL fundeou, uma vez que todos os cais do porto estavam ocupados por alguns dos 13 navios de passageiros que este fim de ano assistiram ao fogo de São Silvestre. 
A estadia de 40 horas no porto do Funchal teve o seu ponto alto à meia noite de 31, com oito minutos de fogo de artifício deslumbrante em ambiente de festa. Logo a seguir o FUNCHAL atracou ao molhe da Pontinha servindo de "hotel" aos passageiros que muito apreciaram a ilha. 
O dia 2 de Janeiro foi passado a navegar do Funchal para Safi, sendo o dia passado de forma descontraída, como sempre acontece no mar em dias de navegação. 
Safi, onde o FUNCHAL esteve atracado no dia 3 de Janeiro, é uma pequena cidade marroquina com ligação histórica a Portugal. Muitos dos passageiros aproveitaram para visitarem Marraqueche, usufruindo do seu ambiente exótico inigualável. 
Entretanto a norte, o oceano Atlântico revoltava-se por influência da tempestade Hércules e tudo indicava a possibilidade de no regresso a Lisboa o FUNCHAL poder ser embalado por ondas superiores a 8 metros. Para evitar os incómodos associados ao mau tempo, o comandante do FUNCHAL, Capitão Filipe Sousa e o armador, Dr. Rui Alegre, decidiram alterar a rota do navio de forma a desembarcar os passageiros em Portimão em vez de Lisboa. 
Infelizmente o porto de Portimão e as autoridades portuguesas não estiveram à altura deste desafio: avisado o porto com quatro dias de antecedência, as entidades responsáveis – IPTM (em liquidação) – não conseguiram posicionar um rebocador em tempo útil em Portimão e assim negaram a entrada do FUNCHAL quando este se aproximou da foz do Arade pelas 17h00 de 4 de Janeiro, com boas condições de tempo e a maré ideal para o navio fazer a manobra sozinho. O FUNCHAL acabou por navegar toda a noite ao largo da costa do Algarve e aguardar a chegada do rebocador GUARDIÃO, vindo de Setúbal. O rebocador chegou finalmente pelas 18h00 de 5 de Janeiro e o FUNCHAL deu então entrada no porto de Portimão, acabando por fazer a manobra sem passar cabo ao rebocador. 
As limitações físicas no porto de Portimão, nomeadamente a bacia de manobra, obrigam ao uso de rebocadores por navios com mais de 140 metros de comprimento e o FUNCHAL tem 154. Tudo acabou por correr bem, depois do desembarque os passageiros seguiram em autocarros disponibilizados pela Portuscale para Lisboa, Coimbra, Aveiro e Porto, mas entretanto a comunicação social tinha iniciado a divulgação de notícias alarmistas e totalmente irrealistas, colocando em causa o bom nome do Paquete FUNCHAL e da Companhia Portuscale, o que parece ser já um hábito, talvez mesmo uma campanha organizada infeliz contra o navio. 
De qualquer das formas o FUNCHAL provou estar melhor que nunca, com um ambiente animado, muito bom nível de actividades a bordo, alimentação excelente e ainda por cima um dia extra ao largo de Portimão. Não consigo imaginar forma melhor de entrar o ano de 2014 com o pé direito... 
Com as suas novas "antigas" cores clássicas a relembrar a forma original, o FUNCHAL continua a ser o navio ideal para cruzeiros. Que o sucesso se mantenha por muitos anos... Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia