sexta-feira, agosto 23, 2013

Reparação do apito do FUNCHAL (20-08-2013)


Durante a tarde de 20 de Agosto de 2013, a última que o FUNCHAL passou atracado à Ponta da Rocha, enquanto decorriam os trabalhos de acabamento da reparação e renovação do velho paquete, o navio fartou-se de apitar, como que a exteriorizar o receio de enfrentar de novo o alto mar após tantos meses imobilizado na Matinha e, na fase final  (um período final de 80 dias), na Rocha do Conde de Óbidos em docagem e acabamentos.

Ou se calhar era a alegria de se ver de novo em navegações por todo esse mundo.

Certo, certo, era que a manifestação vocal do nosso paquete se devia a uma reparação do apito no mastro do FUNCHAL, com um técnico no mastro em intervenção visível do exterior do navio.

Na tarde de 15 de Agosto, quando da saída para provas de mar, por alturas da Junqueira, após passar a Ponte 25 de Abril, o FUNCHAL deu provavelmente o apito mais longo da sua vida já tão extensa e aventurosa.

Supomos que o capitão do navio, Comandante António Morais tenha carregado no botão do apito, na ponte, e algum mecanismo se tenha prendido, pois o FUNCHAL apitou que se fartou, até ficar rouco e finalmente se calar.

E lá seguiu todo elegante para a Barra do Tejo...

Nestas imagens pode ver-se içada na verga de sinais do mastro do FUNCHAL, a bandeira B do código internacional de sinais, a assinalar a descarga de óleos residuais de bordo do navio para dois camiões-tanques.

Dias antes fora abastecido de combustível pelo batelão-tanque SACOR II, actual navio-almirante da prestigiada Sacor Marítima, uma das empresas que integram a Galp Energia, de que é grande accionista o Grupo Amorim.

Acompanhei os trabalhos de reparação do FUNCHAL tão próximo quanto possível e registei que ninguém se lembrou de renovar as adriças do mastro do FUNCHAL.
Qualquer dia começam a partir, se estiverem tão podres quanto estavam os cabos de amarração no final da era CIC, os quais foram de imediato substituídos na Matinha após a compra do FUNCHAL pela nova empresa.

Para os mais curiosos, as adriças são os cabos aplicados aos moitões no mastro de um navio, caso do FUNCHAL, e ou num estái de sinais, para içar as bandeiras.

Se observarem a borla no tope do mastro do FUNCHAL, não tem adriças. Quando veio da Dinamarca em 1961, a borla do mastro tinha duas adriças, uma para cada bordo, onde normalmente se içava a bandeira de cortesia de países estrangeiros visitados, normalmente a de Espanha, nas escalas ao Sábado no porto de Tenerife. Gostava de voltar a ver bandeiras no tope do mastro do FUNCHAL. Ficava mais composto e não custava nada.
Texto e imagens /Text and images copyright L.M.Correia. Favor não piratear. Respeite o meu trabalho / No piracy, please. For other posts and images, check our archive at the right column of the main page. Click on the photos to see them enlarged. Thanks for your visit and comments. Luís Miguel Correia

Sem comentários: